História Pâncreas e Vias Biliares

A ascensão do Prof. Dr. Orlando de Castro e Silva à condição de Professor Titular e Chefe da Divisão de Cirurgia Digestiva deu início ao processo de descentralização das atividades assistenciais e a configuração dos atuais setores que compõem essa Divisão.
A caracterização do setor de Pâncreas e Vias biliares iniciou-se em meados do ano de 2006 com o apoio do corpo clínico e dos outros profissionais de saúde que atuam na Divisão de Cirurgia Digestiva. No aspecto operacional da assistência, do ensino e da pesquisa recebi a incumbência de coordenar as ações desse setor e destaco a grande cooperação dos Profs. Drs. Ajith Kumar Sankarankutty, José Luís Pimenta Módena e Jorge Elias Júnior (Docente do Centro de Ciências da Imagem do Departamento de Clínica Médica).
Ainda colaboram de forma significativa com o setor de Pâncreas e Vias Biliares, os médicos do setor de Endoscopia com habilidades destacadas nas atividades de diagnóstico e tratamento endoscópico: Drs. José Eduardo Brunaldi, José Celso Ardengh, Rafael Kemp, Marcelo de Mello Torquato e Getúlio Vargas Cortez. Os Drs. Rafael Kemp, Gustavo Assis Mota, Gustavo Ribeiro de Oliveira e Carlos Donadelli também cooperam com as atividades clínico-cirúrgicas.
Dentre as atividades aperfeiçoadas e intensificadas pelo setor de Pâncreas e Vias biliares destacam-se a ampliação e qualificação do acesso ao tratamento da litíase biliar e suas complicações por meio da videoendoscopia. A colelitíase, que é uma afecção de alta prevalência na população adulta e idosa, quando presente em pacientes classificados em ASA I e II pela American Society of Anesthesiologists(ASA) é tratada em regime ambulatorial no Hospital Estadual de Ribeirão Preto, sob a supervisão do Prof. Dr. Wilson Salgado Júnior e atuação do Dr. Carlos Donadelli. Por outro lado, os pacientes com colelitíse, classificados como ASA III ou IV ou doença da via biliar principal são tratados no Hospital das Clínicas – Unidade Campus.
Um dos indicadores de utilização de recursos empregados recomendado pela AHRQ (Agency for Healthcare Research and Quality) para hospitais norte americanos é a taxa de emprego da colecistectomia por videolaparoscopia. A taxa calculada pelo AHRQ
para o ano de 2004 foi de 77,41%. O nosso serviço, em 2007, no Hospital das Clínicas (Unidade Campus), realizou 302 procedimentos com a taxa de utilização da videolaparoscopia de 67,94%, bem acima da média dos 40 hospitais avaliados no Estado de São Paulo, com média de apenas 36,79%.
A sistematização do acesso dos pacientes ao serviço com afecções que demandam ressecção pancreática foi estabelecida mediante protocolo clínico e de regulação. De forma concomitante, houve aumento significativo no número de ressecções pancreáticas a partir da organização do setor de Pâncreas e Vias biliares, com padronização da reconstrução bilioduodenopancreática e concentração da execução dos procedimentos em uma equipe. Os indicadores de volume e de mortalidade melhoraram de forma significativa e estão nos limites preconizados pela AHRQ para o ano de 2007.
Os trâmites administrativos para a implementação do transplante de pâncreas iniciaram-se no ano de 2007 e em 2008 o serviço foi credenciado. Após vários ajustes com os grupos de nefrologia, endocrinologia, urologia, anestesiologia, imagenologia, terapia intensiva e cardiologia, constituiu-se um grupo para planejar a execução do transplante de pâncreas conjugado com o rim. Neste período finalizou-se o protocolo de trabalho e os receptores estão sendo preparados pelos serviços de nefrologia, endocrinologia e cardiologia, e há perspectiva de realização, em breve, do primeiro transplante conjugado pâncreas-rim.
José Sebastião dos Santos